O deputado Adolfo Menezes (PSD) continua como presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A eleição para a composição da Mesa Diretora aconteceu na tarde desta quarta-feira (1º). O parlamentar obteve 61 dos 63 votos. Hilton Coelho (PSOL) foi o adversário do presidente da Casa do Povo e obteve apenas 2 votos.
O parlamento baiano também escolheu a nova mesa diretora para o biênio 2023-2025.
Veja a lista abaixo:
1º Vice-presidente – Zé Raimundo Fontes (58 votos)
2º Vice-presidente – Marquinho Viana (58 votos)
3º Vice-presidente – Antônio Henrique Júnior (59 votos)
4º Vice-presidente – Laerte do Vando (57 votos)
1º Secretário – Marcelinho Veiga (59 votos)
2º Secretário – Samuel Júnior (59 votos)
3º Secretário – Vitor Azevedo (56 votos)
4º Secretário – Zó (57 votos)
Suplente – Maria Del Carmen (58 votos)
Suplente – Soane Galvão (57 votos)
Suplente – Claudia Oliveira (57 votos)
Suplente – Robinho – 57 votos
Suplente – Jurailton Santos – 59 votos
Confira abaixo a integra do discurso do presidente Adolfo Menezes:
Deputadas e deputados, senhoras e senhores,
Há exatos dois anos fui escolhido, honrosamente, pelos meus pares, para comandar o Legislativo da Bahia. Hoje, sob as bênçãos de Deus, tenho a suprema distinção de ser reconduzido à chefia desta Casa.
E o que posso dizer do nosso primeiro mandato?
Cumprimos, com êxito, o nosso dever e todas as matérias de interesse da Bahia e do povo baiano foram votadas e aprovadas. Não graças a mim, mas pelo espírito republicano de todas as nossas deputadas e de todos os nossos deputados – de Situação e de Oposição – que se fixaram apenas em uma coisa: responsabilidade para com a coisa pública.
Nossa marca de gestão foi a da austeridade. Não aumentamos os gastos, cumprindo apenas as obrigações de natureza jurídica e de crescimento vegetativo da nossa folha de pagamento.
Apostamos também na sustentabilidade, com a implementação da política do “mais digital, menos papel”. Nos próximos dois anos, vamos investir no uso das fontes de energia renováveis.
O corte de despesas supérfluas – sem ferir sequer um direito dos servidores – é uma imposição da nossa realidade. Não dá pra esbanjar dinheiro público em um país onde 34 milhões de pessoas passam fome.
Pelo companheirismo e por terem essa compreensão de que não vivemos isolados em uma bolha, agradeço às minhas companheiras e aos meus companheiros de Mesa Diretora – os deputados Paulo Rangel, Marcelinho Veiga, Bobô, Paulo Câmara, Júnior Muniz, Alan Sanches, Soldado Prisco e a deputada Neusa Cadore.
Agradeço também aos líderes da Situação – Rosemberg Pinto – e da Oposição – Sandro Régis – pela lealdade e permanente solidariedade.
E como uma andorinha só não faz Verão, meu muito obrigado ao corpo funcional desta Casa pelo profissionalismo e alto senso de responsabilidade dos nossos servidores, assessores diretos, diretores e superintendentes.
Senhoras e senhores,
Usando uma metáfora, nossos dois primeiros anos na presidência desta Casa foram de travessia de um túnel.
Além da treva reinante, cruzamos em direção a uma estrada sem horizonte – porque a Terra era plana – e povoada de criaturas nefastas: vírus, videntes cegos, vivandeiras.
Para os próximos dois anos do nosso mandato, já saímos da escuridão e a estrada passa a ter horizonte – porque, finalmente, a Terra volta a ser redonda. E ela se move.
Contudo, é uma longa estrada, ainda íngreme e difícil, a se percorrer.
Mas, deputadas e deputados, ao menos já estamos em uma trilha iluminada.
A resiliência foi fundamental para nos manter íntegros, mas entramos agora numa nova etapa do desenvolvimento nacional, uma etapa decisiva, com grandes desafios pela frente.
Não deixar cair é sempre muito difícil; mas, soerguer e reconstruir são tarefas de gigantes.
Precisamos fortalecer ainda mais a nossa democracia – que se mostrou inabalável –mesmo após a tentativa de destruição das sedes dos três poderes, em Brasília, na infame tarde de terror de 8 de janeiro de 2023.
Winston Churchill disse que “a democracia é o pior dos regimes, à exceção de todos os outros”. A citação não é nem um pouco original nesta tribuna, mas, na minha terra, Campo Formoso, se diz que a “repetição do remédio é quem cura o doente”.
Sim, e os que mancharam a nossa história, os que envergonharam o nosso país, precisam pagar, sob o jugo da nossa Constituição, mas subjugados pela mão pesada da Justiça.
O vandalismo, a violência e o terrorismo não foram contra edifícios públicos, mas contra a nossa liberdade.
Liberdade que é nosso bem maior, que não tem preço – garantida por direitos, mas também alicerçada por deveres, como dita a lei.
Podemos assegurar que terão um julgamento justo – sem tortura, sem desaparecimentos, sem ditadura – respaldados por todos os Direitos Humanos.
Ser Bahia ou ser Vitória é uma opção legítima – mas ferir, matar ou tacar fogo na Fonte Nova são crimes. E barbárie, convenhamos, não combina com pátria, com Deus nem com família.
Por isso não se pode ter complacência alguma com o terrorismo.
Portanto, deputadas, deputados, que me honraram com os vossos votos, asseguro-lhes que continuarei a ser um bom servidor público, com a missão de defender, de forma intransigente, a democracia e os interesses maiores da Bahia e do povo baiano.
Podemos, e devemos, corrigir os nossos próprios erros como classe política, cortando privilégios e supérfluos, apenas nos pautando pelos interesses dos baianos que mais precisam do braço solidário do Estado e pensando no bem-estar comum. É ainda utópico, mas, também, necessário, para que nos transformemos, de fato, em uma sociedade menos desigual.
Sob a égide de Deus, vamos trabalhar pela inclusão social, pelo pluralismo, pelo desenvolvimento, contra a miséria e contra a fome. Sim, somos privilegiados, mas não podemos mais admitir que irmãs e irmãos; brasileiras e brasileiros; baianas e baianos, passem fome no terceiro maior país produtor de alimentos do mundo.
Em sintonia com o Executivo, através do governador Jerônimo Rodrigues; do Judiciário, chefiado pelo desembargador Castelo Branco; e do Ministério Público, com a procuradora Norma Cavalcanti; teremos muito trabalho a fazer.
Será um tempo desafiador, mas a história, realmente, não fala dos covardes.
Teremos ainda que nos debruçar sobre as sequelas do coronavírus; empregos para uma legião de desempregados; comida para gente faminta; soluções para comércio e indústria; defesa do meio ambiente. E a luta incessante contra o racismo, o machismo e a criminalidade.
Devemos também continuar a combater, sem trégua, a manipulação e a fabricação de fatos. São as fake news que engendraram a fúria e a violência política dos últimos tempos.
E, aqui, faço uma homenagem às profissionais e aos profissionais de comunicação presentes: o melhor remédio contra a desinformação mentirosa será sempre o bom Jornalismo.
Portanto, os dois próximos anos de nossa gestão nesta ALBA continuarão a ser de superação de problemas. Não vamos conseguir resolver todos, mas vamos trabalhar por isso. Com a enorme diferença de que teremos luz e, não mais, trevas.
Citando o nosso imortal Raul: “Não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez”.
Pessoalmente, alcançar o posto de presidente do Legislativo da Bahia, pelo segundo mandato consecutivo, é motivo de muita emoção para mim.
Apesar da fama de durão, sou de fato um sentimental, que chora com as emoções da vida e se indigna com as injustiças.
Emoção, neste momento, que se traduz no amor sem fim por minha mulher, Denise, pelos meus filhos Arthur e Carol. Pelas minhas irmãs Rose e Hildinha, e pela minha querida mãe, Detinha.
Emoção na forma de saudade, também.
Aqui, nesta mesa de celebração, estão faltando meu saudoso pai, Pedro Gonzaga; minha segunda mãe, tia Hilda Menezes; e meu irmão, Herculano Menezes – ex-deputado desta Casa e que tantos amigas e amigos aqui deixou.
Neste instante, estão do outro lado do caminho, em outra dimensão, mas nunca saíram do lado esquerdo do meu peito. E, com certeza, estão presentes aqui: orgulhosos, solidários, felizes.
A você, meu pai; a tia Hilda; a você, Herculano, meu amor infinito.
Deputadas e deputados, senhoras e senhores,
Bem-aventurados companheiros de Mesa Diretora eleita hoje – deputados José Raimundo, Marquinhos Viana, Antônio Henrique, Laerte do Vando e Marcelinho Veiga, Samuel Junior, Vitor Azevedo e Zó, além das suplentes, deputadas Soane Galvão, Maria del Carmem e Cláudia Oliveira.
Vamos conduzir, mais uma vez, com bom senso, trabalho e espírito democrático o Legislativo da Bahia.
Vamos, com fé, mais uma vez, fazer história.
Muito obrigado – repito – a todos vocês, deputadas e deputados, pela honra de vossos votos e pela confiança depositada em mim.
Sou devedor eterno ao meu povo de Campo Formoso pelo crédito de confiança sem limites.
Grato às baianas e aos baianos que nos concederam a glória de mais um mandato nesta Casa do Povo.
Obrigado, governador Jerônimo Rodrigues, em nome de meus pares, pelo belo gesto de distinção, ao comparecer, hoje, pela primeira vez na história republicana a este Parlamento – Casa do Povo e bastião da Democracia.
Tenham a certeza: não os decepcionarei.
Meu muito obrigado!
Que Deus abençoe e proteja a todos!
Foto: AscomALBA/AgênciaALBA